GRUPO DE PESQUISA NORDESTANÇAS




Com atuação desde 2008, o grupo coordenado pela professora Juliana Michaello já desenvolveu projetos, sob diferentes perspectivas, mas todos ligados a regiões do Estado. “O grupo tem uma vinculação entre as atividades de ensino de teoria e história da arte, da Arquitetura e do Urbanismo, especialmente pelo projeto atual do curso de refletir sobre o papel da profissão no Agreste alagoano, bem como possíveis identidades arquitetônicas”, diz a professora. “O que não está descolado de uma reflexão mais ampla sobre as identificações e territorializações regionais”, conclui.

O Nordestanças é composto por mais 13 estudantes de graduação. Juntos, eles e a professora deram início às atividades com pesquisa de uma maneira diferente do que seria pensado em relação a trabalhos da área de formação do grupo. As pesquisas “Cartografando discursos-cangaço no Nordeste brasileiro” e “Nordestanças: filmando o cangaço no Nordeste contemporâneo” registraram a trajetória feita pelo cangaço em Alagoas de acordo com memórias de comunidades pertencentes a esses locais. “Não como desveladora do 'verdadeiro roteiro de Lampião', mas compreendendo que os discursos extrapolam o Sertão, perpassam o Agreste e a Zona da Mata, subvertendo o território nordestino e constituindo parcela importante da identidade nacional”, explica Michaello, que também informa que o segundo trabalho teve como resultado a produção de um video-documentário.

A partir de 2010, o grupo procurou afinar-se com as discussões fomentadas pelo curso, buscando produzir conhecimento acerca da realidade local no que tange a identidade e o território, tendo um foco direto em história urbana e mapeamento das referências locais”, diz. Neste sentido foram produzidos os trabalhos “As bandas de pífano e as manifestações religiosas em Arapiraca”; “Inventário de Referências Culturais de Arapiraca” e “Transformações da Paisagem Urbana de Arapiraca: uma leitura da iconografia”. Este último está relacionado ao Inventário que mapeia referências do perímetro inicial da cidade, visando o planejamento urbano de forma que não se ignore características já existentes.

O grupo tem mais uma ideia engatilhada: o mapeamento do patrimônio cultural do Agreste Alagoano foi aprovado em Edital, como um estimulante da discussão acerca das identidades da região, que, segundo a professora, ainda são pouco evidenciadas. “Entendemos que há muito a percorrer, especialmente ao refletir sobre o Agreste, onde se localizam cidades bastante relevantes do ponto de vista cultural e ainda não abarcadas pelo discurso patrimonial”, explica.